Está em cartaz em São Paulo uma maravilhosa exposição de fotografias do renomado fotógrafo Steve McCurry. São fotos sensíveis, excepcionalmente bem tiradas, um olhar mágico sobre momentos mágicos captados com perfeita precisão. Um artista ímpar atrás da lente. Sensacional!
A mostra está no Instituto Tomie Ohtake até o dia 29 de janeiro de 2012. Se estiver em São Paulo, não perca. De Terça a Domingo das 11:00 às 20:00h e a entrada é gratuita. E antes que me esqueça, ele é o autor de uma das fotos que mais admiro: " A menina Afegã de olhos verdes ". Perfeita !
Veja o artigo publicado no Caderno de Cultura do Jornal "O Estado de São Paulo":
"A mostra realizada em parceria com a Galeria Babel traz cerca de 100 imagens que passam pelos muitos lugares e muitas cores vivas presentes no trabalho do fotógrafo americano, trazendo também as guerras, o atentado de 11 de setembro e seu último rolo Kodachrome. Reconhecido universalmente como um dos maiores criadores de imagens da atualidade, o autor da famosa foto da menina Afegã e membro da Magnum Photos desde 1986 conquistou vários entre os mais importantes prêmios da fotografia. McCurry, de acordo com a tradição mais refinada dos documentaristas, captura a essência das lutas e das alegrias humanas.
A exposição reúne alguns dos mais marcantes e reconhecidos grupos de imagens de países como a Índia, Paquistão e Nigéria. Há décadas McCurry percorre lugares incomuns, trazendo consigo imagens cuja solidez narrativa alimenta fantasias, mistérios e deslumbramentos acerca do desconhecido – o “outro” que conhecemos através de jornais, filmes e revistas. Estão nesses grupos de imagens retratos como a da garota afegã refugiada que encara a lente da câmera com um olhar que se tornou célebre em todo o mundo, ao lado de cenas de festividades e rituais indianos que parecem saídos dos sonhos dos mais inventivos diretores de arte e cenógrafos.
Steve McCurry - foto divulgação
A estas imagens, juntam-se visadas para paisagens naturais tão deslumbrantes quanto surpreendentes, sobretudo algumas registradas no Afeganistão, de onde o senso comum não espera senão imagens de guerra e miséria. A exposição, contudo, não ignora a produção feita por McCurry ao pensar visualmente a marca dos conflitos geopolíticos que marcaram as últimas décadas, e traz um abrangente recorte destas cenas.
Nesse conjunto, vemos as cicatrizes da violência diretamente incrustadas nas terras das regiões afetadas, contextualizadas pelo mesmo território impressionante cultural e geograficamente que se revela na primeira parte da exposição. O destaque, então, se dá pela inclusão de seis fotografias feitas em 11 de Setembro de 2001, em Nova York. A diferença entre a destruição das torres gêmeas e os inúmeros conflitos registrados, por exemplo, no Kuwait, é que o ataque em solo americano foi transmitido em tempo real para todo o planeta. Por isso, independentemente de afinidades ideológicas, entende-se essa tragédia de outra maneira: conhece-se o seu tempo e o choque que provocou.
A destruição nos escombros do World Trade Center, da forma como foi registrada por McCurry, ressignifica todas as demais imagens de guerra presentes na exposição. Por fim, um grupo de imagens reunido por sua qualidade processual nos aproxima de McCurry enquanto profissional. Trata-se das fotos tomadas com o último rolo Kodachrome – película famosa entre os fotógrafos por sua qualidade cromática e que deixou de ser fabricada pelo avanço das tecnologias digitais – que passou pela mão de McCurry.
Ciente da escassez que tornava o rolo de filme de alguma maneira especial, o fotógrafo teve que repensar o ritmo e a densidade do ato fotográfico. A série traz, no mesmo rolo, imagens de Robert de Niro, atores da Bollywood indiana, cenas urbanas e, até, os pés descalços do fotógrafo diante da televisão em um quarto de hotel." (resenha publicada no Jornal "O Estado de São Paulo).
Vale conferir, eu gostei muito e recomendo com certeza.
Desejo a todos uma ótima semana!
beijos,
Tina