L.M. era moreno, tinha cabelos levemente cacheados, dentes brancos e longos, e adorava futebol. Desde de cedo trabalhava para ajudar sua mãe, para concluir seus estudos, para ser alguém. E sonhava se formar, virar gente grande. Como ela.
Estava feliz no emprego em uma grande empresa, afinal do alto dos seus 16 anos, não era apenas mais um office-boy a distribuir correspondência: era também encarregado de levar todas as manhãs de segunda feira a alegria na forma de uma flor, para cada uma das moças que trabalhavam na empresa colocarem em suas mesas. E o fazia com o maior prazer, com um sorriso nos lábios e um bom dia para todas, - mas sempre tinha o cuidado de escolher a flor mais bonita e perfumada para entregar à ela.
- Então minha mesa vai ficar mais bonita: chegou o meu "Menino das Flores!" dizia ela quando L. se aproximava de sua sala, sem nada mais poder dizer.
L.M. sentia o coração disparar, chegava quase a tremer, mas aquelas manhãs eram sempre especiais quando chegava perto dela. E ele parecia quase sair do chão quando a via: era tão linda, perfumada, cabelos longos, sempre muito bem vestida e de salto alto. Aquele olhar experiente e aquele salto fino eram como estacas no seu coração. Como dizer à ela do amor que sentia, das poesias que escrevia, dos infinitos desenhos que preenchiam seus cadernos enquanto pensava nela? Estava tudo tão perto e tão distante do seu mundo. Mas sonhava ela, sonhava e isso ninguém podia impedir.
Não tinha coragem, não via a mínima chance de declarar seu amor adolescente à ela, que àquela altura da vida, era secretária da alta direção da empresa e deveria ter pelo menos uns 10 anos a mais que ele. Como chegaria a se declarar a alguém tão perto e tão longe ao mesmo tempo?
Mas L.M. nunca pensou em desistir: ele a amava . Não pensava a vida sem ela nas manhãs, nas tardes, nas flores que separava especialmente, no coração que pulsava e vivia momentos e sonhos dela.
E a vida foi passando, os tempos mudaram. Sempre se viram, sempre se conversaram, sempre se olharam. Nunca se desvendaram. Não sabia como era ela.
E eis que um dia ela resolve partir para novo trabalho, não sem antes se despedir dele e dizer:
- Meu "Menino das Flores": vá em frente, crie seus horizontes, faça verdade seus sonhos. Eu ainda vou te ver realizado!
Naquele momento, L.M. sentiu o mundo cair, viu seu sonho de amor adolescente desaparecer, suas esperanças de um dia estar com ela morrerem. Estava triste e desolado, tão imerso em suas dores que não ouviu ela dizer:
- Não perca contato, ainda vamos nos conhecer. Também amo você.
Nunca se tocaram, mas sempre se amaram... e L.M. nunca soube o quanto significou na vida dela . Ela sabia, e o amava.
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Eu estava inspirada hoje, acho que é a época.
beijos e super feriado prolongado!
Tina
Parabéns pela beleza de texto! Sorte a nossa. Gostei tb do video do Grand Canyon.
ReplyDeleteUm grande abraço e um bom fim de semana.
O medo da rejeição não deixou que vivessem um grande amor. A ordem é arriscar!! (rs*) Bom feriado! Beijus
ReplyDeleteA Luma tem razão, mas quem age com razão em assuntos do coração ???
ReplyDeleteLindo texto, Tina, bom para abrir um feriadão.
Beijos.
Lindo texto... puxa adorei Tina.
ReplyDeleteObrigada pela preocupação, estou me recuperando ainda:)
Big Beijos
Pura emoção,hem TINA.
ReplyDeletepelo menos algo bonito pra acalmar meu cuore...
beijão e um maravilhoso fds a vc.
Continue inspirada. Amei! Ah, estes dois, Laurinho e ela...será que foi medo da rejeição? Mas, na minha cabecinha eles ainda se encontrarão um dia... Beijocas
ReplyDeleteNossa nossa!!!
ReplyDeleteComo assim as pessoas não se declaram?!?
Amei o texto e hoje eu to escolhendo bem pq só to lendo blogs emocionantes!!!!
Mil beijos
Bom feriado
E põe inspiração nisso! Que texto mais lindo! Tina, este é um texto brilhante, é magistral, fui lá na adolescência de novo. Caramba, adorei ler este post. Parabéns, amiga!
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ReplyDeleteQuero comentar, não consigo. Por que ?
ReplyDeleteLM